Retirada de tanques de combustível exige acompanhamento técnico

Além de seguir as normas ambientais, o procedimento busca identificar e evitar contaminações

Retirada de tanques de combustível exige acompanhamento técnicoPara identificar e corrigir eventuais vazamentos e contaminação solo, alguns cuidados devem ser tomados na retirada de tanques de combustível, que ficam subterrâneos e precisam ser substituídos quando vence a validade. O licenciamento ambiental de postos de combustíveis é obrigatório por lei justamente devido ao alto potencial poluidor da atividade, que envolve o manuseio de substâncias químicas.

Os combustíveis, principalmente a gasolina e o óleo diesel, além do alto poder inflamável, têm nível muito grande de persistência, isto é, demoram muito para degradar. Se estiverem com validade vencida ou em más condições, os tanques oferecem alto risco de vazamento e precisam ser retirados e encaminhados a aterros licenciados especificamente para esse recebimento.

O VI Procedimento para Remoção de Tanques e Desmobilização de Sistema de Armazenamento e Abastecimento de Combustíveis, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb (2007) orienta a remoção de tanques no estado, com critérios que devem ser seguidos antes, durante e depois da retirada para verificar se houve contaminação do solo.

Antes de iniciar o procedimento, é preciso coletar dados a respeito do tanque, como as características, condição em que se encontra e seu histórico. A segunda etapa compreende a medição de gases de uma porção do solo, que envolve os testes de fundo de cava. “Esse teste identifica a contaminação mais profunda do que os estudos geralmente realizados para identificar passivo ambiental não alcança”, diferencia a engenheira ambiental e analista da Master, Anelise Passerine de Castro.

Contaminações como essa se alojam em locais de difícil acesso, como embaixo do tanque. Podem ocorrer pelo excesso de utilização do tanque, além de sua vida útil. “Os tanques mais antigos têm validade de 15 anos”, informa. Segundo a engenheira ambiental, os modelos recentes podem chegar a ter tempo de vida indeterminado, desde que possuam o chamado monitoramento intersticial – um sensor nos tanques que monitora a umidade e assim alerta para qualquer vazamento.

Durante a medição de gases, realizada no local por uma equipe de profissionais especializados na área ambiental, é feita a leitura dos compostos orgânicos voláteis (VOC). A presença de VOC é apenas indicativa, pois os combustíveis já apresentam esses gases.

Para a contaminação ser, de fato, constatada é essencial uma segunda análise. A mesma amostra de solo coletada para a primeira medição deve ser encaminhada para análise química em laboratório. “A verificação da presença de substâncias químicas em um valor superior ao limite comprova a contaminação do solo”, informa. Dentre essas substâncias estão: o BTEX (Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno e Xilenos), o PAH (Hidrocarbonetos Aromáticos Polinucleados) e o TPH (Hidrocarbonetos Totais de Petróleo). A concentração de substâncias que aponta contaminação limita o uso do solo e oferece risco à saúde humana e ao ambiente.

Verificada a contaminação, o empreendedor pode tanto retirar a porção contaminada e encaminhá-la ao aterro classe I, de resíduos perigosos, quanto purificar a amostra por meio do tratamento com bactérias, que demanda mais investimento.

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