Meio ambiente: integração ou isolamento?
Devido às consequências da produção e consumo desenfreados, o conceito “verde” tem ganhado relevância em meio aos diversos segmentos da sociedade. O adjetivo sustentável, hoje, significa priorizar relações nas quais prevaleça o desenvolvimento equilibrado e responsável, centrado na preservação dos recursos e nas boas condições de vida para as gerações futuras.
Mais do que uma área do conhecimento ou um lema legitimado em cartazes de protesto, a sustentabilidade deve ser concretizada em ações que mobilizem toda a sociedade. Atitudes simples, por mais ínfimas que possam parecer, contribuem para isso. A conscientização é o primeiro passo, por meio da educação que fomenta bons hábitos como economizar água e participar da coleta seletiva.
Mas, é preciso mais. Depender de práticas isoladas e individuais não é suficiente. Quer dizer, não basta fechar a torneira enquanto se escova os dentes, nem separar o lixo em casa, em que pese sejam compromissos necessários e relevantes. É que o tempo corre acelerado, e com ele os recursos naturais e as poucas áreas ainda intocadas pelo homem se esgotam.
Recentemente, a necessidade de incorporar a sustentabilidade às outras áreas do conhecimento foi a justificativa do fechamento da editoria especializada em meio ambiente do jornal americano The New York Times. Criado em 2009, o departamento contava com uma equipe de dois editores e sete repórteres, que foram redistribuídos por outras editorias.
Conforme o editor responsável pela mudança, Dean Baquet, em entrevista para a jornalista Katherine Bagley, do blog Inside Climate News, a decisão teve um caráter meramente estrutural. Segundo ele, atualmente, as pautas ambientais compõem também os negócios, a economia e os assuntos locais ou nacionais, por isso devem ser trabalhadas em diferentes editorias.
A decisão dos editores pode gerar questionamentos: será que, porventura, as questões ambientais irão ser superadas pelas demais? Receberão elas a abordagem ideal para se sobressaírem?
Será necessário acompanhar a cobertura do jornal e se os temas ambientais ou da sustentabilidade serão abordados nas demais editorias. De todo modo, o desfecho ilustra bem a necessidade de correlacionar as questões ambientais às esferas política, econômica e social, sem o comum isolamento da questão ambiental com relação a outras questões importantes, especialmente o desenvolvimento econômico. Somente essa visão integrada poderá suscitar novas formas de administrar as principais adversidades que assombram a sociedade contemporânea.
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