Universalizar coleta de resíduos custa cerca de R$ 94 bilhões, revela estudo

Universalizar coleta de resíduos custa cerca de R$ 94 bilhõesOs sete bilhões de habitantes do planeta geram, anualmente, cerca de 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos. Só metade da população mundial é atendida pela coleta desse lixo. Os dados são da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa).
Segundo um estudo desenvolvido pela organização, as pessoas que carecem de coleta estão concentradas em países da África, do sudeste asiático e da América Latina, como o Brasil.

Os pesquisadores calculam que, atualmente, para atender toda a população mundial seria necessário um novo investimento de US$ 40 bilhões (cerca de R$ 94 bi) somente para conseguir levar a coleta para essas regiões. O valor não leva em conta reciclagem e nem compostagem.
David Newman, presidente da Iswa, afirma que a produção de lixo está crescendo rapidamente porque a população além de crescer, também tem cada vez mais acesso a renda, o que aumenta o consumo. “Fica claro que temos uma confusão. E ela está nos países mais pobres. A confusão é que muito do lixo que não está sendo coletado está indo para os rios, se acumula nas cidades, causa doenças, acaba nos mares. Dez milhões de toneladas de plástico vão para os oceanos todos os anos”, explica ao Estadão.
A pesquisa calcula que em 2050, quando se estima que a população mundial chegará a 9 bilhões, o salto de produção de lixo será ainda maior: cerca de quatro bilhões de toneladas de resíduos urbanos.

No Brasil
O Brasil, que tem uma meta estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos de acabar com os lixões até meados de 2014, não está em uma posição muito confortável, segundo o trabalho dos pesquisadores. O estudo aponta que são necessários R$ 6,7 bilhões, em um ano, para resolver a questão da coleta e destinação dos nossos resíduos.
“Na última década a população no Brasil cresceu 9,65% e a geração de resíduos, 21%. A projeção para 2042 é que teremos 230 milhões de habitantes, 15% a mais que hoje. Se o padrão de aumento da geração de resíduos se mantiver, ela vai crescer 30%. O dobro do crescimento da população”, alertou Carlos Silva, presidente da Abrelpe, parceira da Iswa no Brasil.
Fonte: ecodesenvolvimento.org

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