Quando quatro lixeiras de recicláveis não fazem sentido para coleta seletiva

No entanto, essa separação, na maioria das vezes, não tem um funcionamento efetivo no Brasil. Ouvidos pelo portal de notícias G1, especialistas esclarecem que a implantação das lixeiras coloridas foi uma tentativa de importar o hábito da reciclagem conforme acontece em países desenvolvidos. Ao passo que nesses locais a coleta é feita por item, no Brasil os resíduos recicláveis (papel, plástico, vidros e metais) são recolhidos e transportados todos misturados, sendo triados conforme suas tipologias somente quando chegam às cooperativas de catadores ou outras associações e usinas de triagem. Na maioria das vezes é assim, a não ser quando se trata de um grande gerador que possui um local próprio para armazenar, fazer a separação fina e depois comercializar.
Com as quatro lixeiras bonitinhas e coloridas para diversos tipos de recicláveis, o que se ganha é mais mistura de resíduos na fonte e uma enorme confusão. Afinal, só tem lixeira para reciclável, pode pensar o gerador na hora de descartar. O que fazer com o resíduo orgânico? E com o rejeito? E com resíduos perigosos, como pilhas, lâmpadas, etc? Com a mistura e a contaminação, os resíduos recicláveis acabam perdendo o valor que poderiam gerar caso fossem segregados de modo adequado.
A ineficiência da prática da coleta seletiva no Brasil pode ser compreendida quando se olha exemplos de países desenvolvidos, como o Japão, onde cada material reciclável é recolhido de acordo com um calendário, processo ainda inviável no Brasil. Conhecida como coleta multifrações, a técnica é de quatro a seis vezes mais cara que o método dual, que consiste na separação simplificada entre reciclável e orgânico.

Nesse cenário, embora especialistas defendam a separação entre resíduos úmidos e secos, essa não é a melhor saída. O ideal – inclusive para facilitar a chegada dos resíduos nas cooperativas – é separar recicláveis, orgânicos e rejeitos. Além de melhorar o encaminhamento de resíduos, o método é acessível e dispensa o uso de quatro cestos coloridos para cada tipo de resíduo reciclável, um gasto extra que atrapalha no momento de realizar a separação.
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