E o lixo virou adubo
No Paraná, resíduos já estão virando adubo para fertilizar canteiros e jardins
por Fernando de Barros
Quando se fala que os resíduos orgânicos de uma cidade devem ser segregados nas residências para depois serem encaminhados para a compostagem para virar adubo, muitos não acreditam que isto seja possível. Para a maioria da população, compostagem é igual a disco voador: todo mundo acha que existe, mas nunca ninguém viu.
Para os descrentes, basta visitar Ibiporã, município próximo a Londrina onde foi implantado um sistema exemplar de coleta seletiva, com recolhimento dos resíduos – orgânicos, recicláveis e rejeito – em dias diferentes.
Separados pelas donas de casa, os restos de comida e de frutas são recolhidos nas residências e encaminhados para o processo de compostagem. Passam por uma esteira, onde são retirados todos os resíduos que não são orgânicos. Depois, o material é disposto em leiras de compostagem, onde as bactérias fazem a festa.
Se não fossem elas, estaríamos perdidos. Teríamos hoje dezenas de metros de lixo espalhados por todo o planeta. As bactérias digerem toda matéria orgânica e, como são aeróbias, isto é, precisam de oxigênio, as leiras de compostagem têm que ser revolvidas periodicamente.
Devido à fase termófila do processo de compostagem, a temperatura das leiras chegam a 70ºC, matando os patógenos eventualmente presentes na matéria orgânica. Depois de 60 a 90 dias, o composto segue para leiras de maturação. Mais cerca de 60 dias e o material se transforma em um composto de boa qualidade e muito bom fertilizante orgânico, pronto para ser enviado para canteiros e jardins.
O composto também pode ser destinado à agricultura, que tanto gasta dinheiro comprando adubo. Mas, para isso, é preciso que ele seja registrado como fertilizante orgânico no Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Hoje, Ibiporã recebe seu composto orgânico de volta da empresa que faz a compostagem para adubar suas praças e jardins.
Que diferença entre o antes e o depois. Antes, poluição com o enterramento dos resíduos orgânicos, causando chorume e poluindo o solo e o lençol freático. Agora, nada de poluição – só benefícios, com o adubo para o solo.
Foi só mobilizar a população, que está sempre disposta a colaborar com o meio ambiente, e fazer corretamente o processo de compostagem. Viva as bactérias aeróbias, amigas do meio ambiente. E viva também as donas de casa que separam corretamente os resíduos orgânicos em suas residências. Uma boa semana a todos!
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