A revolução ambiental

A revolução ambiental: Quem reclama da legislação precisa se reciclar antes que virem dinossauros vivos

Por Fernando de Barros

É extraordinária a transformação que estamos vivenciando nos negócios. O que antes descartávamos por ser lixo que poluía o solo e a água, causando doenças em especial de veiculação hídrica, agora, por força do cumprimento da legislação ambiental, está se transformando em dinheiro vivo.

Os exemplos são inúmeros. Nas usinas de álcool e açúcar, o bagaço de cana, que antes era um problema, agora é solução, alimentando suas caldeiras, gerando calor para o processo industrial e energia elétrica que é vendida para a rede pública, em aumento expressivo de receita expressiva para o próprio empreendimento. A Usina Água Bonita, localizada em Tarumã, no interior paulista, vende sua energia para a concessionária local. Com seu excedente, praticamente alimenta a cidade de Assis.

E as cinzas decorrentes da queima do bagaço de cana, que antes também eram problema, agora são utilizadas nas culturas de milho e soja em substituição ao adubo químico, com extraordinária eficiência.

Nos confinamentos de gado, o tratamento correto dos dejetos gera um adubo de ótima qualidade através da compostagem, trazendo enorme economia na compra de adubo químico para as propriedades em suas várias culturas.

E os modernos empreendimentos de abatedouro de frangos não têm mais resíduos. Tudo é aproveitado – tanto as penas quanto as vísceras, que se transformam em ração animal. Até os pés são exportados, em especial para a Ásia, onde são muito apreciados.

Grandes condomínios horizontais com residências de alto padrão já estão implantando coletas seletivas internas. Moradores separam de forma radical seus resíduos em recicláveis, orgânicos e rejeito. Apenas o rejeito vai para uma vala impermeabilizada – municipal ou privada. Resíduos orgânicos se transformam em adubo através da compostagem, trazendo extraordinária economia na compra de adubo para suas imensas áreas verdes.

Por incrível que pareça, ainda tem gente com cabeça do século XX, reclamando da legislação ambiental, sob o argumento que querem impingir aos empresários do Brasil uma lei de primeiro mundo como se ainda fôssemos do 3º mundo. Que atraso! São pessoas que precisam se reciclar com urgência, antes que virem dinossauros vivos.

A legislação ambiental trouxe mais cuidados com o meio ambiente e, sobretudo, levou as empresas a buscarem alternativas para seus resíduos. Resíduos que, com a nossa inteligência, acabaram se transformando em dinheiro vivo.

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