Relatório IPCC 2021 estima que aquecimento global pode superar 1,5°C
É preciso ações rápidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa
O novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), publicado no dia 9 de agosto, apresenta os impactos do aquecimento global com estimativa de chegar 1,5°C a 2°C nas próximas décadas se não houver uma significativa redução das emissões de CO² e outros gases de efeito estufa.
O relatório tem cerca de 3.500 páginas e representa anos de pesquisa sobre o tema. Foi escrito por mais de 200 cientistas de mais de 60 países, além de citar mais de 14.000 estudos individuais. O relatório tem o nome “Climate Change 2021: The Physical Science Basis”.
Os principais pontos apresentados no relatório são:
- A influência humana no aquecimento global é algo inquestionável;
- As mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos;
- Todas as regiões do planeta já sentem as consequências do aquecimento com eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais;
- As últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década desde 1850;
- A temperatura vai continuar a subir até meados deste século independente dos cenários projetados de emissão de gases;
- Mesmo se as reduções dos gases acontecerem, ainda pode levar até 30 anos para as temperaturas se estabilizarem.
- Se não acontecer a redução das emissões de CO² o aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século;
- Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa ainda podem limitar as mudanças climáticas;
Esses dados fazem parte da primeira etapa do relatório. Nas próximas etapas devem ser apresentados como lidar com o aquecimento e as estratégias que precisam ser tomadas para evitar o aumento ainda maior da temperatura.
A redução dos gases de efeito estufa
O relatório afirma que é possível limitar o aquecimento global a 1,5°C até o final deste século, porém para isso é necessário mudanças transformadoras e urgentes para a redução de CO².
Para que a redução dos gases de efeito estufa realmente seja significativa é necessário que os governos, empresas e investidores intensifiquem suas ações em prol desta causa. É importante que todos determinem metas de redução mais fortes até 2030 e se comprometam em atingir a neutralidade das emissões o quanto antes.
Dentre as ações que podem ser tomadas, algumas são apontadas no relatório State of Climate Action, do World Resources Institute e ClimateWorks Foundation, com contribuições do Climate Action Tracker. São elas:
- Acelerar o aumento da participação de energias renováveis na geração de eletricidade cinco vezes mais rápido;
- Eliminar gradativamente o carvão na geração de eletricidade cinco vezes mais rápido;
- Reduzir a intensidade de carbono da geração de eletricidade três vezes mais rápido;
- Acelerar a adoção de veículos elétricos 22 vezes mais rápido do que as taxas significativas de adoção nos últimos anos;
- Acelerar o aumento da participação de combustíveis com baixo teor de carbono em oito vezes mais rápido; e
- Acelerar o aumento no ganho anual de cobertura vegetal cinco vezes mais rápido.
Essa são apenas algumas ações que podem ser realizadas.
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