Paraná mede emissões de gases de efeito estufa
O Paraná saberá no prazo máximo de um ano o quanto emite de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera. A Secretaria estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos iniciou, no último dia 11, a elaboração do primeiro Inventário das Emissões e Remoções de GEE do Paraná.
O inventário de GEE é o levantamento das emissões de diferentes fontes e setores e é fundamental para a sugestão de medidas de redução dos gases de efeito estufa na atmosfera, uma das maiores causas das mudanças climáticas globais. Além disso, o inventário vai fazer o levantamento dos plantios florestais no Paraná que contribuem para compensar o Gás Carbônico (CO2) emitido na atmosfera, possibilitando medir a variação do estoque de CO2.
O secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, assinou o contrato com a empresa ganhadora da licitação para desenvolver o estudo e sugerir propostas para reduzir as emissões desses gases no estado. Os trabalhos iniciados nesta semana têm prazo de um ano para serem concluídos. O Governo do Estado está investindo R$ 850 mil para elaboração do inventário.
Serão contabilizadas as emissões de cinco setores estratégicos, conforme prevê a Lei Estadual de Mudanças Climáticas, e em conformidade com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima. O inventário deverá apresentar dados sobre o volume de gases emitidos pelo setor de energia, contemplando queima de combustíveis, transporte, construção, petróleo e gás natural; sobre processos industriais, uso de solventes e outros produtos; setor agropecuário, florestas e outros usos do solo e sobre as emissões geradas nas áreas de saneamento e resíduos sólidos.
“Fico muito feliz com a possibilidade de iniciar este estudo no Paraná que será um divisor de águas na política ambiental. Sabendo o quanto a sociedade paranaense, do campo e da cidade, emite de gases que pode mudar o clima, poderemos formular políticas públicas. Queremos nos antecipar e evitar fenômenos que possam gerar danos à saúde da população e à economia do Paraná”, declarou Cheida.
TRABALHO – A elaboração do inventário será dividida em fases. O cronograma inclui ações de mobilização e planejamento, preparação do plano de trabalho, formação de grupos técnicos, escolha da metodologia para coleta de dados, procedimentos de controle de qualidade, definição do modelo de protocolo e fórmula de cálculo, determinação do ano base e a realização de seminários setoriais e regionais, processamento do relatório, análise de projetos para redução das emissões de gases e seminários de divulgação dos resultados.
O coordenador de Mudanças Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente, Carlos Garcez, explica que as políticas públicas de mitigação e adaptação estão alinhadas ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas. “O inventário também será uma importante ferramenta para a elaboração do Plano Estadual de Mudanças Climáticas”, acrescenta Garcez. Ele cita como exemplo: estabelecer metas de redução de emissões para o setor industrial, fiscalizar as emissões de carbono onde há concentração de lixo e implantar ações de educação ambiental.
Durante o processo licitatório para escolha da empresa que executará o inventário, as concorrentes precisaram comprovar experiência na área, apresentar a equipe que irá elaborar o levantamento e o plano de trabalho com atividades detalhadas, além do cronograma para a execução dos serviços. A Way Carbon Soluções Ambientais e Projetos de Carbono foi a vencedora desta etapa técnica e também da etapa comercial. A empresa já desenvolveu inventários para o governo do Distrito Federal e empresas privadas.
O representante da empresa, que irá elaborar o inventário sob a coordenação da Secretaria do Meio Ambiente, Breno Rates, explica que o Paraná terá um inventário nos mesmos moldes do inventário brasileiro, elaborado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. “Vamos aplicar as diretrizes sugeridas pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima), que organiza as emissões de acordo com setores da economia e que foi utilizada para elaboração do inventário do Brasil. Ou seja, o Paraná terá um inventário elaborado com diretrizes reconhecidas internacionalmente”.
O Paraná é o sexto estado a realizar o inventário. Antes, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco tomaram a medida.
AÇÕES – Entre as medidas que podem ser adotadas para reduzir os impactos das mudanças climáticas estão o emprego de sistemas mais equilibrados na agricultura e na pecuária, a manutenção permanente da cobertura do solo e a adoção de fontes de energia mais limpas. Os cidadãos também podem contribuir, adotando práticas mais sustentáveis como a reciclagem, o uso de transporte e combustíveis menos poluentes e utilizando a água e a energia de maneira racional.
Fonte: www.aen.pr.gov.br
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