O grande inimigo, a emissão de CO2

É preciso coragem política para adotar legislações que limitem a emissão de CO2

por Fernando de Barros

CANCUN – Para os milhares de participantes de todo o mundo que estão tendo o privilégio de participar da COP 16, a Conferência Mundial do Clima, em Cancun, no México, não resta dúvida: o clima está mudando mesmo para pior, graças a um velho conhecido – o CO2, já em quantidade excessiva na atmosfera, fruto de queimadas, desmatamentos e do nosso apego a combustíveis fósseis, entre outros velhos costumes do século XX. É preciso medidas urgentes.

As dezenas de palestras que já presenciamos nesse evento nos ensinaram muitas coisas. Primeiro: são a sociedade civil e as grandes corporações que estão fazendo com que os governos tenham coragem de tomar atitudes políticas no sentido de adotar legislações restritivas às emissões de CO2.

Antes da COP 15, ano passado, em Copenhague, grandes empresas brasileiras se mobilizaram e manifestaram ao governo federal a disposição de medir e reduzir emissões de gás carbônico. Isto fez o

Governo Lula anunciar, naquela conferência, um compromisso voluntário de redução de emissões. Em seguida, o Congresso Nacional aprovou a Política Nacional de Mudanças Climáticas, a Lei 12.187, de 29/12/2009. Situação semelhante está ocorrendo na União Européia, Japão, Índia e até nos EUA.

Segunda grande lição da COP 16: a economia mundial é semelhante a um grande transatlântico movido a combustíveis fósseis, e mudar o rumo deste gigante não é fácil. Se não é possível alterar seu rumo de uma vez, é preciso fazer uma grande curva até redirecioná-lo, e é isto que está acontecendo de fato. As empresas precisam de tempo para se ajustar a uma economia com baixo carbono.

O economista britânico Nicholas Stern destacou que estamos começando a viver a 5ª Revolução Industrial – as quatro anteriores foram as da máquina a vapor, da descoberta da eletricidade, da produção em massa e das comunicações. A nova revolução é a do baixo carbono, uma mudança radical nos negócios e nas empresas na busca de produzir com baixíssimas emissões – e todas compensadas. Este é o grande tema do momento.

A necessidade de mudança está posta, temos que ficar atentos ao novo mundo dos baixos teores de CO2. Há alguns anos, quem fumava tomava conta dos ambientes. Os incomodados que se mudassem. Hoje os fumantes estão colocados na marginalidade.

O mesmo vai acontecer com o uso de combustíveis fósseis: quem não se adaptar a essa nova exigência vai ser colocado para escanteio. O próprio mercado vai expulsar os grandes emissores de CO2, que serão vistos como aqueles que não se preocupam com o bem-estar da humanidade. Não temos outra saída.
es que limitem a emissão de CO2

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