Ácido em calçadas é crime ambiental

Os síndicos são responsáveis, em nome dos condôminos, por essa ação criminosa

Fernando de Barros

É comum vermos nas grandes cidades, em especial junto a prédios residenciais e comerciais, zelosos funcionários, em geral uma vez por semana, lavando as calçadas para deixá-las limpas, higienizadas, brilhantes – a impressão é de que ficam até sem “bactérias”, tendo em visto os produtos a base de ácidos, usados nestas “limpezas”.

O que os síndicos em geral não sabem – aliás, eles são os responsáveis por esta ação criminosa em nome de todos os condôminos – é que, ao usar produtos a base de ácidos para deixar suas calçadas limpinhas, estão cometendo um ato condenável, considerado um crime ambiental, podendo serem multados e levados ao Ministério Público por estarem prejudicando o meio ambiente.

Quando a calçada é limpada com estes produtos e depois enxaguada com muita água, este líquido com Ph ácido corre inevitavelmente para o bueiro mais próximo e de lá para o rio. Quando este efluente ácido chega ao rio, ele altera o local próximo onde foi descartado, o Ph da água, o que é proibido pela legislação ambiental brasileira, prejudicando a vida aquática, tantos os peixes quanto a flora.

Imagine-se no lugar dos peixes, recebendo uma descarga ácida em seu corpo, podendo nos matar ou nos ferir, enquanto do outro lado tem um zelador de um prédio cumprindo ordens de seu patrão, o síndico daquele prédio, que determinou que ele devesse usar produtos a base de ácido para lavar calçadas, que fica orgulhoso de sua calçada limpinha, mas com consequências danosas ao meio ambiente.

Em nossas ações no dia a dia, repetimos o que fazíamos no passado, sem ter a noção das suas consequências para o meio ambiente. Agora que temos consciência dos danos ambientais, temos que mudar de atitude e não errar mais, mesmo que a calçada não fique livre das “bactérias” com aspecto de higienizada.

Outro hábito que temos que erradicar de nosso dia a dia é o lavar calçadas com mangueiras, causando um enorme desperdício de água potável, líquido indispensável à vida humana, usado de forma perdulária por moradores e funcionários de condomínios. Nesse caso, deve ser incentivado o aproveitamento de água de reuso ou de água pluvial. O uso de mangueiras denota franco desperdício.

Na Inglaterra, foi assinada uma lei proibindo rega de jardins com mangueiras. No sul e no sudeste do país, desde o último dia 4, há multa de R$ 3 mil para quem é flagrado regando seu jardim com mangueiras – medida criada para conter a seca que afeta a região. Estão mais do que certo, os ingleses. Boa semana a todos.

Veja outras áreas de atuação da Master Ambiental, clique aqui!

Comentários