Vem aí o REDD

Proprietários passarão a ser remunerados para preservar as florestas

por Fernando de Barros

Foi aprovado no acordo final entre quase 200 países presentes na COP 16 em Cancun o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). Trata-se de um instrumento que busca remunerar aqueles proprietários rurais que, além da reserva legal obrigatória, decidem preservar suas florestas.

Florestas são necessárias para preservar a biodiversidade e, também, para que haja, através da fotossíntese, a troca do gás carbônico (CO2), em excesso na atmosfera, pelo oxigênio de que tanto precisamos.

O Brasil precisa preservar seus grandes remanescentes de florestas nativas. Mas como, se a tendência natural dos proprietários de terras é desmatá-las para criar gado ou plantar grãos?

Os negociadores presentes na Conferência Mundial do Clima chegaram à conclusão de que é preciso dar incentivos financeiros aos proprietários rurais para que mantenham em pé seus remanescentes florestais, já que este benefício é de toda a humanidade.

Desta forma, começamos a criar condições financeiras de se evitar ou reduzir ao máximo o desmatamento. O proprietário de terras poderá ter um rendimento financeiro sem nenhum tipo de investimento ou risco de desmatar ilegalmente e ser penalizado pela legislação.

Os proprietários de matas e florestas devem aguardar um pouco mais, pois o REDD+ está chegando e afinal fará justiça com aqueles que protegem nossas matas e nossa biodiversidade.

O processo não deverá ser complexo. Para estar apto a ser remunerado pelo REDD, será necessário apenas apresentar projeto caracterizando a fauna e flora presentes naquele fragmento florestal, fazendo o georreferenciamento e avaliando-se inclusive a capacidade de absorção de CO2.

A tese que defendemos é que todo proprietário rural que preserva suas nascentes, seus rios, suas florestas deva ser remunerado por este serviço ambiental que, afinal, ele estará prestando à toda a sociedade.

O aumento da produtividade (com o apoio da Embrapa) e o uso de áreas ainda não aproveitadas são o caminho que devemos trilhar para produzirmos mais alimentos, mantermos as matas em pé e sermos remunerados por este serviço ambiental.

A participação do Brasil na COP 16 foi extraordinária. A aprovação da Lei da Política Nacional de Mudanças Climáticas, agora já regulamentada por decreto, com compromissos legais de reduzir emissões de carbono, levou o País a ter uma presença de verdadeiro líder na conferência, contribuindo em muito para o acordo final.

Saiba mais sobre a consultoria da Master Ambiental, clique aqui. 

Comentários