O mundo depois da Rio-92

Sim, apesar de tudo vamos conseguir superar as adversidades ambientais

Por Fernando de Barros

Não há mais dúvida de que a raça humana vai conseguir superar as adversidades criadas pela dicotomia desenvolvimento x meio ambiente. A partir da Revolução Industrial, em que o pensamento era crescer, desenvolver a qualquer custo, e a natureza era um mero detalhe que atrapalhava o desenvolvimento, o homem começa a perceber que a natureza tem de ser nossa aliada, e não adversária ou inimiga.

Achávamos que tudo podíamos, e que a natureza deveria estar subordinada ao homem, porém depois de muitas décadas, quando os problemas ambientais começaram a aparecer e se agravar, é que acordamos e nos convencemos de que os serviços ambientais prestados pela natureza são impagáveis e indispensáveis.

A grande virada aconteceu na reunião promovida pela ONU no Rio de Janeiro em 1992, quando todos os países do mundo aprovaram por unanimidade que a entidade deveria liderar ações no mundo, de forma a resgatar a prioridade da preservação ambiental como forma de garantir a sobrevivência do homem no planeta.

Entre os graves problemas ambientais, destacamos o aquecimento global, a perda da biodiversidade com a extinção de várias espécies de animais e de plantas, os problemas de desertificação em diversas partes do mundo, a dizimação das florestas e, com isso, todos os serviços ambientais que elas prestam, secas severas, a contaminação dos rios, a degradação da paisagem natural, elevação do nível dos oceanos, efeito estufa, mudanças climáticas, esgotamento dos recursos naturais, entre outros.

O mais interessante disso tudo, porém, é que o homem chegou à conclusão que os problemas ambientais não são só do interesse do mico-leão-dourado ou do urso polar que podem desaparecer, e sim de interesse do próprio homem, pois a poluição ambiental – e já está comprovado – tem criado problemas graves à saúde de milhões de pessoas que morrem prematuramente por conta de nossos hábitos modernos e das ações de nossos antepassados, que não tinham ideia dos problemas que estavam criando para as gerações futuras.

Isto levou a mudanças nas legislações nacionais, que passaram a ser bastante rígidas quanto à poluição e à preservação ambiental. A Europa e os EUA, que se desenvolveram destruindo seu meio ambiente, agora correm atrás para resolver seus problemas ambientais.

Hoje vemos as grandes empresas criando novos produtos que não poluem, que emitem muito menos CO2, além de esforços gigantescos na busca da eficiência energética, do uso racional da água, enfim, mudanças de comportamento das empresas pressionadas por seus consumidores, que estão acontecendo no mundo todo.

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