Inventário de emissões de gases mostra importância de eficiência energética
Energia foi a principal causa das emissões no complexo industrial da Cocamar, em Maringá – PR
Quando a Master Ambiental realizou o inventário de Gases de Efeito Estufa (GEEs), um diagnóstico que quantificou as emissões de gases causadores do efeito estufa pelas atividades do Complexo Industrial da Cocamar de Maringá, PR, o consumo de energia apareceu como a principal responsável pelas emissões.
O trabalho da consultoria foi contratado voluntariamente isto é, não se tratou de uma obrigação leal, mas de uma iniciativa que demonstra a preocupação ambiental da Cocamar.
Com metodologia baseada no GHG Protocol, ferramenta amplamente utilizada no âmbito internacional, o inventário, realizado durante três meses em 2011, tomou como ano base as emissões do ano de 2010.
Conforme descreve o relatório final, as fontes de emissão do complexo industrial foram avaliadas em três âmbitos: as emissões diretas, referentes às atividades da própria indústria, como a queima de combustível em caldeiras; as emissões indiretas, advindas da importação ou exportação de energia, como a eletricidade; e por fim, as emissões indiretas não controladas pela empresa, como viagens de funcionários, terceirizações de serviços e a destinação de resíduos sólidos.
A metodologia implicou em visitas técnicas nos setores das fábricas e dependências administrativas e de apoio, como restaurante, administração central, unidade de revenda de agrotóxicos e insumos, atendimento aos cooperados. Foram quantificadas as emissões oriundas do consumo de energia elétrica, de combustíveis fósseis e a geração de resíduos, por exemplo.
A estimativa total das emissões de GEEs de todo o complexo industrial naquele ano foi de 4.931,66 tCO2e (toneladas de carbono equivalentes, a unidade padrão de referência para emissões de GEEs). Desse total, 14% se referem às emissões diretas, 5% às emissões indiretas não controladas e 81% às emissões indiretas, ou seja, pelo consumo de energia.
Para o coordenador técnico do projeto e consultor ambiental da Master, prof. Doutor Carlos Roberto Sanquetta, esses dados mostram como a demanda energética é fundamental no processo de produção. No entanto, para o professor, o consumo de eletricidade deve ser minimizado, como forma de reduzir as emissões, buscando o uso eficiente da energia.
O professor analisa que indústrias do porte da Cocamar têm muito interesse em reduzir as emissões, pois isso pode implicar reduções de custo ao longo do tempo. É o exemplo de projetos de eficiência energética.
“O estudo permite reduzir custos da indústria, melhorar a eficiência energética e o desempenho dos processos industriais, além de contribuir com a qualidade ambiental”, destaca Sanquetta.
O inventário de GEE é o primeiro passo para que as indústrias reduzam suas emissões, o que já é obrigatório no Licenciamento Ambiental nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro para determinadas atividades.
Quando não é possível reduzir, entretanto, o caminho é compensar as emissões, realizando projetos para captar o carbono da atmosfera, como o plantio de árvores, que no crescimento transformam gás carbônico em sua matéria viva. “Apoiar os cooperados em projetos de compensação como o reflorestamento e o tratamento de efluentes é uma saída”, sugere.
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