Moradores reclamam da instalação de ecopontos em bairros de Goiânia
Eles temem que terrenos virem lixões e citam falta de diálogo da prefeitura. Presidente da Comurg garante que serão recebidos só entulhos e galhos.
Moradores reclamam de um projeto da Prefeitura de Goiânia para instalação de 12 ecopontos para o recolhimento de alguns tipos de entulhos. Na Vila Alpes, um grupo impediu o início dos trabalhos para instalação de um ponto de coleta, pois dizem que na área deveria ser criado um centro comunitário.
As máquinas da prefeitura chegaram ao terreno na manhã de sábado (13) para preparar o terreno para a instalação do ecoponto. Porém, manifestantes queimaram pneus e bloquearam o tráfego na via pública. Com isso, o serviço não pôde ser realizado.
Os moradores temem que a área vire um lixão e dizem que a prefeitura não os consultou. “Esse terreno tem que ser usado ao fim que ele foi destinado quando houve o loteamento, que é para a construção de um centro comunitário”, disse a dona de casa Mirta Ribeiro.
“A população é contrária a esse projeto, por diversos motivos. Dentre eles é a falta de um estudo de impacto de vizinhança, falta do estudo de impacto de trânsito, não há licenças e o mais importante é que ninguém quer um lixão na porta de casa”, afirmou o funcionário público Carlos Eduardo Silva.
Moradores do Setor Criméia Oeste também questionam a instalação de um ecoponto no bairro. Eles reconhecem que faltam lugares para que entulhos, como galhos de árvores e móveis velhos, sejam deixados. Mas dizem que a população não foi ouvida.
“A prefeitura veio aqui e colocou de forma impositiva um projeto como esse, sem a discussão pública, sem que nós saibamos quais serão os impactos que vão recair sobre a nossa região”, disse o psicólogo Marcos Fleury, que mora no setor há 16 anos.
O presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Edilberto Dias, disse que os ecopontos serão devidamente cercados, sem riscos de depósito de lixo comum. Serão aceitos itens como tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa, madeira e materiais recicláveis como metal, papel, papelão, plástico e vidro, além de pneus, galhos, folhas, capim e outros provenientes da limpeza pública ou particular.
“Seis funcionários vão trabalhar nos locais, todos os dias, das 8h às 18h. Não vão entrar lixo orgânico, apenas pequenas quantidades de entulhos e galhadas”, afirmou.
Segundo Dias, o projeto que prevê a instalação dos ecopontos poderá sofrer alterações de acordo com as necessidades constatadas. “Se em três meses um ecoponto não der certo em um determinado local, a gente tira e muda. Mas a gente precisa iniciar esse processo”, destacou.
A criação dos ecopontos também é discutida na Câmara Municipal de Goiânia. Duas audiências públicas já foram realizadas pela vereadora Cristina Lopes (PSDB), que afirma não ser contrária à medida, mas defende que o projeto respeite as leis ambientais e os estudos de impacto.
Fonte: G1
Saiba mais sobre a consultoria da Master Ambiental, clique aqui.