Metodologia do GHG Protocol: Como Realizar o Inventário de GEE na Sua Empresa

Já pensou em elaborar um Inventário de Gases de Efeito Estufa para sua empresa? A elaboração desse estudo é uma prática cada vez mais comum para empresas que desejam monitorar suas emissões e mitigar seu impacto ambiental. Esse processo é orientado pela metodologia internacional do GHG Protocol, amplamente utilizada para contabilizar, gerenciar e divulgar emissões de GEE. Essa metodologia também visa promover uma cultura de gestão voluntária das emissões, tanto no Brasil quanto globalmente. Confira neste artigo a metodologia, os princípios, os requisitos do inventário de gases, bem como é feita a coleta dos dados e a importância do monitoramento contínuo.

Metodologia e Princípios do Inventário de GEE

O inventário de GEE é estruturado a partir de cinco princípios básicos, garantindo a precisão e credibilidade das informações:

• Relevância: O inventário deve refletir com precisão as emissões da organização e atender às necessidades dos tomadores de decisão.
• Integralidade: Todas as fontes e atividades de emissão dentro do escopo do inventário devem ser contabilizadas e comunicadas.
• Consistência: As informações devem ser registradas de forma contínua ao longo do tempo para permitir a análise de tendências e desempenho.
• Transparência: Todos os processos, procedimentos, pressupostos e limitações devem ser documentados de forma clara e acessível.
• Exatidão: As informações devem ser precisas o suficiente para que as decisões tomadas com base no inventário sejam confiáveis.

Gases Incluídos no Inventário de GEE

O GHG Protocol considera os seis gases de efeito estufa regulamentados pelo Protocolo de Quioto, que são:

• Dióxido de Carbono (CO2)
• Metano (CH4)
• Óxido Nitroso (N2O)
• Hidrofluorcarbonos (HFC)
• Perfluorcarbonos (PFC)
• Hexafluoreto de Enxofre (SF6)

Esses gases possuem diferentes potências de aquecimento global, e suas emissões são convertidas em toneladas de CO2 equivalente (CO2e) para facilitar a comparação.

Requisitos do Inventário de GEE

O inventário deve cumprir alguns requisitos fundamentais, entre eles:

• Estabelecimento de um ano-base: Um ponto de referência para o qual as emissões e remoções serão comparadas. Os inventários são realizados anualmente.
• Definição de limites organizacionais e operacionais: Delimitar quais atividades e unidades da empresa serão incluídas no estudo.
• Exclusão de fontes e sumidouros: Determinar se alguma fonte ou sumidouro de emissões pode ser excluído devido à sua irrelevância ou falta de dados disponíveis.
• Fronteiras de responsabilidade: As normas definem o conceito de escopo de emissão, que divide as emissões em três categorias: escopo 1, escopo 2 e escopo 3.

Escopos de Emissões de gases de efeito estufa

As emissões de GEE são divididas em três categorias, conhecidas como escopos:

• Escopo 1: Emissões diretas provenientes de fontes controladas pela organização, como motores de combustão, caldeiras e processos industriais, além de frota de veículos próprios, entre outros.
• Escopo 2: Emissões indiretas associadas ao consumo de energia elétrica ou térmica adquirida pela empresa.
• Escopo 3: Outras emissões indiretas que ocorrem fora da organização, mas são uma consequência de suas atividades, como transporte de terceiros e produção de insumos adquiridos, entre outros.

Coleta de Dados e Cálculo das Emissões

Após identificar as fontes de emissão e os escopos aplicáveis, inicia-se a coleta de dados. Esses dados podem incluir o consumo de combustíveis, eletricidade, uso de insumos e transporte. O cálculo das emissões é feito multiplicando os dados das atividades pelos fatores de emissão, que são coeficientes que quantificam as emissões de GEE para cada atividade.

Para unificar as emissões dos diferentes gases, utiliza-se o conceito de Potencial de Aquecimento Global (GWP), que permite converter todas as emissões para uma unidade comum: toneladas de CO2 equivalente (CO2e).

Verificação e Relatório Final

Dependendo da finalidade do inventário, a organização pode optar por submeter o estudo à verificação externa, assegurando sua precisão e conformidade com os padrões estabelecidos. O relatório final consolidará os resultados, detalhando as fontes de emissão, metodologia e planos de ação para reduzir os impactos ambientais.

Monitoramento Contínuo

Um inventário de GEE precisa ser atualizado regularmente, refletindo mudanças nas operações ou no contexto regulatório. O monitoramento contínuo permite que as empresas acompanhem a evolução de suas emissões e revisem suas metas de redução de acordo com a realidade operacional.

O Inventário de GEE e a Master Ambiental

A realização de um inventário de GEE, com base em metodologias como o GHG Protocol e a norma ABNT NBR ISO 14064:1, é fundamental para qualquer organização comprometida com a sustentabilidade. Esse processo, além de atender a requisitos legais, permite que as empresas identifiquem oportunidades de redução de emissões, aumentem sua eficiência e contribuam de forma significativa para a mitigação das mudanças climáticas.

A Master Ambiental já realizou mais de 150 inventários em todo território nacional conforme o Programa Brasileiro GHG Protocol. Quer saber mais sobre a atuação da Master Ambiental? Entre em contato com nossos consultores.

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