Crédito sustentável

Bancos já estão exigindo licença ambiental para concessão de financiamentos

por Fernando de Barros

Custou, mas já é realidade: noticia veiculada no Diário do Grande ABC informa que os bancos comerciais começam a contratar biólogos, químicos, engenheiros ambientais e geólogos para sua área de concessão de crédito, em especial para os clientes que precisam de mais de R$ 1 milhão. Exemplo disto é o Banco Santander, onde estes funcionários investigam as relações de 3.000 clientes com a sociedade e com o meio ambiente.

Avaliam em especial projetos do setor de agricultura, frigorífico, madeireira, energia e infraestrutura. Se problemas com licenças ambientais das obras forem detectadas pela equipe, o crédito não é concedido, somente após a regularização e melhoria da atividade, afirma o superintendente de Riscos Ambientais do Santander, Christopher Wells. Segundo ele, o banco cortou relacionamento com cerca de 50 empresas ou projetos que não atenderam às exigências.

Wells comenta que a internet é uma grande aliada dos analistas de Riscos Ambientais, na medida em que notícias veiculadas na imprensa sobre problemas ambientais com as empresas são monitoradas pelo banco.

Além da web, estes “profissionais verdes”, que dos bancos sabiam apenas usar o cartão de crédito e cheque, têm apoio de 100 analistas financeiros, que são os primeiros a checar os questionários respondidos por quem quer pegar empréstimo. Basta uma dúvida para convocarem os “profissionais verdes”.

O superintendente de Riscos Ambientais do Santander afirmou que “muitas vezes o brasileiro tem o hábito de pensar que está atrasado em relação ao resto do mundo, mas são poucos os países em que o setor está tão atuante na questão ambiental”.

Wells afirma ainda que estimular o desenvolvimento sustentável das companhias é importante para o negócio – e a sociedade não aceita postura diferente.

Diante desta noticia, os empresários que estiverem querendo postergar o enfrentamento das questões ambientais em suas empresas podem ter prejuízo em seu negócio. Nesse caso, trata-se de algo incompreensível, porque basta que, no momento que deseja desenvolver um novo negócio, recorra a profissionais especializados.

Com isso, o empreendedor verá que o licenciamento ambiental não é nenhum bicho de sete cabeças – na verdade, são algumas adequações que precisam ser feitas nos projetos para deixá-los em condição de serem licenciados pelo órgão ambiental. Até a próxima semana!

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