Matas ciliares

Sistema vegetal ciliar é um aliado do produtor na busca pelo desenvolvimento

por Fernando de Barros

Se você tiver alguma dúvida sobre a importância das matas ciliares, recomendo um exercício interessante: vá à prefeitura e peça para ver os mapas de Londrina elaborados em papel vegetal e tinta nankin pelo desenhista Joaquim Capelo nos anos 1960. Depois, confronte esses mapas, onde aparecem, com destaque, os rios da cidade, com imagens atuais do satélite Google Earth. Você ficará – como eu fiquei – impressionado: muitos cursos d’água que constam dos mapas antigos não existem mais.

Diversas nascentes e pequenos córregos desapareceram diante da ampliação da área plantada, especialmente de soja e milho, até a beira dos córregos e rios. A água que brotava nas centenas de nascentes e minas, e que, em geral, forma os rios, foi desaparecendo, com prejuízo para o consumo humano e para a própria agricultura.

Nos dias atuais, é indispensável rever esse processo e considerar o sistema vegetal ciliar como um aliado do produtor na busca pelo desenvolvimento rural sustentável. A garantia desse objetivo a longo prazo depende da recomposição das matas e de técnicas adequadas de conservação e manejo do solo.

Um olhar mais aprofundado nos mostra que são inúmeras as funções da mata ciliar: controle da erosão; prevenção do assoreamento; manutenção da quantidade e qualidade das águas; filtragem de possíveis resíduos de fertilizantes e agrotóxicos; proteção da fauna local; preservação da biodiversidade; manutenção do equilíbrio ecológico e do patrimônio genético da flora e da fauna.

Existem hoje inúmeros programas de incentivo ao plantio e conservação de matas ciliares, com doação de mudas de espécies nativas para reflorestamento. Faz-se necessário, porém, o cercamento das áreas para impedir que animais prejudiquem o plantio e o crescimento das árvores. Um acompanhamento técnico de empresas especializadas em consultoria ambiental pode baratear e acelerar esse processo.

Também vale notar que algumas possibilidades de exploração econômica da área são permitidas por lei.

Para terminar, uma história real: o diretor de um grande banco brasileiro reuniu-se com um ministro chinês e ouviu dele que a única razão da China importar tantos alimentos do Brasil é a fartura de água. “Nós importamos, na verdade, água. Se tivéssemos essa disponibilidade, produziríamos todos esses grãos e essa carne por aqui mesmo´´, disse o ministro.

E o executivo brasileiro, que considerava esse tipo de discussão um excesso dos ambientalistas, voltou com a convicção de que preservação da água é fonte indispensável para o sucesso do modelo econômico rural do País. Trata-se de uma boa reflexão para essa semana em que comemoramos o Dia da Água. Até a próxima!

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