Gestão Ambiental: o exemplo que deve vir da administração pública
A lógica do faça o que eu digo mas não faça o que eu faço precisa acabar quando o tema é gestão ambiental. A educação é transformadora quando parte do exemplo. Se a gestão ambiental implica em novos hábitos e comportamentos das pessoas, a sociedade passaria a levar essas práticas mais a sério com o exemplo da administração pública, em todos os âmbitos da federação.
Por outro lado, também é comum que em situações diversas das problemáticas ambientais atuais recaiam nas costas do poder público. E existem boas iniciativas vindas de lá. Porém, assim como muitas das críticas devastam a imagem de figuras públicas, as boas iniciativas não só devem ser reconhecidas, mas também divulgadas.
Uma cartilha organizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 2009 enumerou os princípios e objetivos da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). Será que os órgãos públicos ambientais seguem esses objetivos, como revendo padrões de consumo de papel? Além de atualizar os referenciais de sustentabilidade nos órgãos da administração pública, o Programa Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) existe para sensibilizar os gestores quanto à importância de incluir princípios de gestão ambiental nas atividades diárias. Quanto à separação de resíduos na fonte, os servidores públicos estariam dando o exemplo adequado?
Aplicada no âmbito dos três poderes, a A3P também pode ser usada como modelo de gestão socioambiental por outros segmentos da sociedade. Nesse sentido, o propósito é configurar um ambiente de não desperdício e correta destinação de resíduos, além de um espaço que valorize e satisfaça o trabalhador, para que ele desenvolva e compartilhe suas potencialidades com os demais.
O principal desafio dessa iniciativa é estimular o comprometimento dos gestores quanto à responsabilidade socioambiental que deve ser conferida às atividades desenvolvidas. Para isso, além de compromisso, é necessária uma boa dose de conscientização dos gestores públicos.
Dentre os temas tratados na agenda estão: o uso racional dos recursos naturais e bens públicos; a gestão adequada dos resíduos gerados; a qualidade de vida no ambiente de trabalho; a sensibilização e capacitação dos servidores e as licitações sustentáveis. Outro princípio pregado é a política dos cinco R’s: repensar, reduzir, reaproveitar, reciclar e recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais significativos.
É responsabilidade da administração pública contribuir no enfrentamento das questões ambientais. Também é das empresas e de toda a coletividade, mas para isso, é preciso que as políticas públicas ambientais tenham credibilidade. Para um programa municipal de coleta seletiva funcionar é preciso que no prédio da Prefeitura haja lixeiras adequadas para a separação na fonte. Nas obras públicas, é preciso que os resíduos da construção civil sejam corretamente acondicionados e destinados. A implementação de estratégias e iniciativas inovadoras junto às instituições públicas é fundamental para o desenvolvimento de uma política de responsabilidade no setor público e para dar credibilidade a qualquer política ambiental. Será que a Prefeitura do seu Município, os órgãos ambientais, as universidades e escolas públicas, já implementaram efetivamente o programa A3P? Vale a pena, certamente, seria um passo significativo para dar o exemplo e assim transformar as relações da população com o meio ambiente.
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