O exemplo da Alemanha
Os alemães vão trocar a perigosa energia nuclear pela limpa energia solar
Por Fernando de Barros
A energia nuclear parecia, para muitos, uma boa opção para geração de energia elétrica, embora, como tudo, tivesse prós e contras. Uma das vantagens seria a não emissão de gases de efeito estufa. A grande desvantagem era a geração do lixo atômico que até hoje ninguém sabe direito onde armazenar com segurança.
Após o desastre nuclear de Fukushima, o mundo ficou consciente de que o homem ainda não domina suficientemente a tecnologia nuclear, ficando sujeito a riscos enormes não só a população do entorno, mas a toda a humanidade, visto que os ventos levam a poluição tóxica para todo o planeta.
A Alemanha, nesta semana, decidiu acabar com suas usinas nucleares até 2020, e aí nos perguntamos: como eles farão para gerar a energia elétrica que as usinas antes geravam?
Convém lembrar que a forma mais barata de gerar energia elétrica é a queima de carvão, amplamente utilizada na Austrália, Europa e nos Estados Unidos. Não há energia elétrica mais barata, levando em conta apenas o custo da geração, uma vez que o custo ambiental é enorme – grande parte das emissões de gases de efeito estufa vem daí.
É semelhante às usinas hidrelétricas no Brasil: o custo para gerar energia é relativamente barato, porém é incalculável o custo da perda de florestas, de biodiversidade, do impacto sobre a fauna e flora aquática, da mudança do regime dos rios.
Voltando, então, à vaca fria: como a Alemanha vai conseguir gerar energia elétrica para substituir a que hoje é gerada pelas usinas nucleares? Simples: através da energia solar, que já está amplamente disseminada naquele país; através do uso das placas fotovoltaicas instaladas em centenas de milhares de imóveis, que em seus telhados captam a luz do sol e a transformam em corrente contínua que, depois, é transformada em corrente alternada.
A energia será utilizada na residência e no comércio, e o excedente será vendido para a rede de energia elétrica que passa na rua em frente, fazendo com que o relógio de luz gire ao contrário, gerando receita para os moradores e proprietários.
Vejam que interessante: os alemães investem nos painéis solares, deixam de pagar a conta de luz e ainda vendem o excedente para a rede pública. Mesmo que a companhia de eletricidade não queira pagar o mesmo que ela cobra quando você usa a energia fornecida por ela, o governo subsidia o consumidor com a diferença, fazendo com que valha a pena investir nos painéis solares.
E a Alemanha não tem nem 10% do sol que temos no Brasil. Por que eles conseguem e nós não? Vale perguntar aos nossos governantes, que só pensam em hidrelétricas.
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