Novo parque eólico no Paraná pode gerar 170,2 megawatts
Projeto aprovado em 1999 foi o primeiro da região Sul do país. Novo complexo prevê investimentos de R$ 800 milhões
Quinze anos depois de o Paraná ter o primeiro projeto de usina eólica da região Sul do país, o estado volta a ser alvo de investimento nesta área. A usina de Palmas, no Sul do Paraná, entrou em operação em 2000 e pertence à Companhia Paranaense de Energia (Copel) desde 2008 com geração de 2,5 megawatts (MW) de energia. O novo empreendimento, que é estudado desde 2008 por um consórcio privado, prevê a construção de três usinas que irão produzir 170,2 MW, o suficiente para abastecer o equivalente a uma cidade com 300 mil habitantes.
Os projetos de construção das usinas, que levam os mesmos nomes dos respectivos grupos empresariais, Água Santa (80,5 MW), Serra da Esperança (43,7 MW) e Rota das Araucárias (46 MW), em Palmas, aguardam o resultado do pedido de licença prévia feito no Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O estudo e o relatório de impactos ambientais já foram protocolados em janeiro de 2013. O consórcio espera também a confirmação da data da audiência pública pelo IAP. O grupo sugeriu que ela ocorra em 16 de maio deste ano, em Palmas. A assessoria de imprensa do IAP informou que tanto a licença quanto a data da audiência estão em análise.
Após a emissão da licença prévia e da outorga da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o consórcio poderá participar dos leilões de energia para construir os parques eólicos e iniciar a produção para entrar no mercado de energia. O engenheiro e sócio-proprietário da Incomex, uma das empresas do consórcio, Adriano Jackson Gomes, de Balneário Camboriú (SC), está otimista. “Estamos estudando os projetos desde 2008 e estamos em fase bem adiantada”, comenta.
Os projetos foram apresentados ao governador Beto Richa (PSDB) numa reunião no início deste mês. A intenção é iniciar a construção em 2015 através da captação de 80% dos recursos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), além de 20% de recursos próprios. Conforme Gomes, a estimativa é que os parques eólicos gerem dois mil empregos diretos e indiretos na fase de obras. Os projetos foram feitos pela Vilco Engenharia e Consultoria, que atua na confecção de projetos de outras sete usinas eólicas no país.
Conforme Gomes, o município de Palmas, onde está em operação a usina da Copel, foi escolhido pelas condições técnicas. “Um inventário eólico feito em 2008 mostra que a região é a melhor do estado para a construção de usinas eólicas. Nós também fizemos a medição dos ventos e confirmamos isso”, afirma o empresário. Ele cita também que a usina mais próxima para servir como rede de conexão, que habilita as usinas eólicas para entrada em operação, é a Usina Hidrelétrica Bento Munhoz da Rocha Netto, no município de Pinhão.
Brasil tem 162 usinas eólicas em construção
Embora tenha uma pequena parcela de participação no sistema energético nacional, a energia eólica, produzida com a força dos ventos que move os aerogeradores, vem conquistando espaço. No Brasil existem 111 usinas em funcionamento que geram 2.289.572 quilowatts (KW), ou seja, 1,79% da produção nacional, que é de 127.021.852 KW em seus 3.076 empreendimentos energéticos.
A concentração dos parques eólicos está na região Nordeste do país. No Paraná, dos 164 empreendimentos, há somente uma usina eólica, em Palmas, no Sul do estado. A produção de 2,5 megawatts (MW) do parque eólico, que tem cinco aerogeradores, responde por 1,42% da energia produzida no estado. Se o empreendimento das três usinas eólicas previsto para o estado se confirmar, nos próximos anos a produção de energia eólica no Paraná alcançará 172,7 MW.
Considerada de menor impacto ambiental, a energia eólica move mais projetos de empreendimento no país. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), dos 218 empreendimentos em construção no país, a maioria, ou seja, 162 são de usinas eólicas. Em segundo lugar estão as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que somam 31 projetos. Para construir uma usina eólica, o investidor deve verificar as condições de vento, escolher a área, obter o licenciamento ambiental, a outorga da Aneel e participar dos leilões de energia. A produção pode servir como energia de reserva ou entrar diretamente no sistema, dependendo da classificação do leilão.
Fonte: Maria Gizele da Silva/Gazeta do Povo
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