Energia eólica vai responder por 10% da produção na Bahia até 2020, projeta governo

Caminhando contra o vento/sem lenço e sem documento/num sol de quase dezembro/eu vou… (Caetano Veloso)

noticia-energia-eolicaParafraseando o cantor e compositor baiano Caetano Veloso, é a favor do vento, e não contra, que a Bahia tem caminhado nos últimos anos, quando a energia eólica passou a integrar a paisagem do semiárido. Depois da instalação dos primeiros parques, o estado desenvolve, cada vez mais, a cadeia industrial para a fabricação dos equipamentos, cujos parques industriais já contam com R$ 500 milhões em investimentos.

A francesa Alston, sediada em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, duplicará a sua fábrica para atender uma parceria firmada recentemente com a Renova Energia, na qual o objetivo principal é suprir as demandas dos parques eólicos situados em Caetité, Guanambi e Igaporã – a operação representa investimentos da ordem de R$ 2,7 bilhões (um bilhão de euros).

Em 11 de março será inaugurada a unidade fabril da Acciona, em Simões Filho, com investimentos de R$ 13 milhões para a produção de hubs (peça que concentra as hélices) eólicos. Já em abril será a vez da Torrebrás, que produzirá torres metálicas em Camaçari por meio de aporte financeiro de R$ 21 milhões.

Estão previstos até 2014, investimentos de cerca de R$ 6,5 bilhões no setor, que irão gerar 5.000 empregos na implantação e 500 na operação dos projetos.

Somados a esses investimentos, a espanhola Gamesa anunciou inversões de R$ 100 milhões, na ampliação de sua fábrica em Camaçari, para produzir nacelles (caixa do rotor do aerogerador). Já a brasileira Tecsis, especializada na construção de pás para energia eólica, investirá R$ 200 milhões na construção de sua fábrica baiana, que deverá empregar seis mil pessoas.

“São números que confirmam a nossa liderança no setor eólico brasileiro. Tenho certeza, que, por volta de 2020, teremos 10% da nossa produção de energia gerada pela eólica, uma fonte limpa, renovável e, especialmente por causa da boa qualidade dos ventos baianos, barata”, destacou ao jornal Tribuna da Bahia James Correia, secretário estadual da Indústria, Comércio e Mineração.

Na opinião do presidente da Renova Energia, Matias Becker, a região de Caetité é a melhor do mundo para desenvolver a energia eólica. “Chamamos essa região de ‘mina de ouro’ devido à qualidade única dos ventos em nível mundial”, ressaltou.

Linhas de transmissão

noticia-energia-eolica2Contudo, as linhas de transmissão sob responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) ainda não estão prontas, o que impede a distribuição da energia produzida pelos parques eólicos. A construção envolve questões como licenciamento, fundiária e gerenciamento da obra.

O prazo que a Chesf estimou para a conclusão é dezembro de 2013. Enquanto isso, o governo federal tem um prejuízo semestral de cerca de R$ 100 milhões, por força de contrato, pois tem de pagar por uma energia que não está sendo consumida.

As fontes renováveis de geração de energia caracterizam-se como meios de levar desenvolvimento para a região do semiárido, onde está mapeada a maior parte do potencial baiano. Até o momento, estão em desenvolvimento no estado, mais de 15.000 MW em projetos eólicos, conforme dados da SICM.

Estão previstos até 2014, investimentos de cerca de R$ 6,5 bilhões no setor, que irão gerar 5.000 empregos na implantação e 500 na operação dos projetos. Com projetos em implantação, em Casa Nova, Juazeiro, Sobradinho, Morro do Chapéu, Igaporã, Guanambi, Caetité, Macaúbas, Novo Horizonte, Seabra, Campo Formoso e Pindaí.

Fonte: ecodesenvolvimento.org

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