Eficiência energética em hotéis
Programa com apoio oficial pode reduzir gasto em até 40%
Fernando de Barros
O custo da energia elétrica é o segundo item da pauta dos gastos dos hotéis, ficando atrás apenas do custo com pessoal, afirma o presidente da ABIH Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Enrico Fermi, e como nenhum empresário gosta de gastar recursos desnecessariamente começa no País um movimento para implantar a eficiência energética nos hotéis, como forma de se economizar dinheiro.
Para alcançar este objetivo, foi criado o programa Pró-Hotéis, que tem como parceiros o BNDES, o Banco Santander e diversas empresas fabricantes de aparelhos de iluminação, entre outros. O BNDES tem R$ 500 milhões para investir nesta área – o empresário pode pagar em até 18 anos. Pousadas e hotéis de pequeno porte podem também contrair o financiamento com juros de 4% ao ano e carência de até 18 meses.
Até então, os empresários hoteleiros entendiam que custo da energia era imutável. Os tempos são outros e as técnicas e produtos hoje existentes podem com certeza reduzir de forma expressiva o consumo de energia elétrica, que representa entre 15% a 30% do custo dos hotéis.
Algumas das ações previstas no projeto de eficiência energética são a troca de equipamentos e a modificação de processos que permitam um consumo mais eficiente. Estes programas de eficiência energética podem proporcionar uma redução de até 50% nos gastos dos equipamentos hoteleiros com a energia elétrica e água.
Entre as soluções encontradas para otimizar o consumo estão o aquecimento de água por meio de energia solar, instalação do chamado telhado verde, uso de águas pluviais, troca de escadas rolantes e elevadores por outras versões que sejam mais eficientes. A ABIH mantém contato com fabricantes de materiais para sistema de energia e água mais eficientes, garantindo que o consumo eficiente pode ficar até 40% mais barato.
Gosto de citar o exemplo do grande prédio de escritórios do New York Times. Com seus 800 escritórios, a empresa norte-americana resolveu implantar um programa radical de eficiência energética, com troca de luminárias, a instalação de sensores de presença e outros procedimentos, e reduziu em 80% (isso mesmo, 80%!) seu consumo de energia elétrica.
O empresário que não estiver ligado no tema, crente que a conta de energia elétrica é imutável, e que economia de energia é só não deixar luz acessa desnecessariamente, vai continuar perdendo dinheiro. Os tempos mudaram e a busca da eficiência energética é pauta do momento de todo empresário moderno. Com ela, cada vez mais precisaremos menos das famigeradas usinas hidroelétricas, causadoras de enormes impactos ambientais e sociais e destruidoras de nossa biodiversidade.
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