Mais de 120 cidades mineiras enfrentam crise hídrica

noticia-minas-gerais-aguaA alternância de extremos tem conduzido o ritmo de vida de muitas cidades do estado de Minas Gerais. Em meio ao excesso de chuvas e aos problemas com a seca, o contexto de crise hídrica é similar ao de São Paulo, ainda que pouco divulgado.

Além da capital, praticamente todas as regiões mineiras têm sofrido sérios impactos, com um total de 126 municípios em estado de emergência decretado por conta da seca e outros seis devido aos temporais torrenciais. Estes, por sua vez, resultaram na danificação de 355 residências, no desabrigo de 2.955 pessoas e na morte de outras três.

O longo período de estiagem que assolou o estado não poupou as cidades de vivenciarem os dramas das inundações. Em Itaverava, na Zona da Mata, divisa com o Rio de Janeiro, os prejuízos das chuvas, que atingiram 70 famílias, têm sido contabilizados pelas autoridades municipais.

Conforme a secretária municipal de Assistência Social, Maria Aparecida de Oliveira, as tempestades elevaram o leito dos rios Vassouras e Santo Antônio em cerca de um metro e meio, condição que assustou a população, surpreendida após uma temporada de calor intenso. “As pessoas ficam olhando o céu sem saber o que vai acontecer. Estão atentas”, observa. O cenário justifica a preocupação. Apesar do apoio dos técnicos da Defesa Civil de Ouro Branco e do órgão estadual, as ruas ficaram repletas de lama e 280 pessoas precisaram de um local para instalação com urgência.

Ao passo que em um momento anterior não havia água em excesso, o volume atual do Rio Vassouras é suficiente para captação da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e abastecimento de cerca de 5,8 mil habitantes. A secretária recorda que a chegada do temporal coincidiu com as campanhas escolares de redução do desperdício de água realizadas pela prefeitura. Mesmo sem enfrentar o racionamento, a falta de água gerou preocupação quanto ao consumo.

noticia-mapa-de-minasO município de Matias Barbosa, também na Zona da Mata, compartilhou do desespero das fortes chuvas do início do ano. Apesar das 75 famílias desalojadas, a elevação do nível do Ribeirão São Fidelis – que abastece a cidade – foi comemorada pela prefeitura, até então em estado de apreensão por conta das já conhecidas áreas de risco existentes no local.

Já em Januária, no norte do estado, em meio aos efeitos de uma das piores secas da história da região – que destruiu 100% das lavouras de milho e feijão e secou pequenos rios -, os moradores foram prejudicados com um forte temporal. Em 12 horas, caíram 148 milímetros, volume que acabou por inundar ruas e casas em quatro bairros e desalojar 20 famílias.

Na zona rural do município, as conseqüências também foram alarmantes. Depois de ter as plantações destruídas, pequenos produtores ficaram isolados pela danificação das estradas de terra. Conforme a prefeitura, tanto os alunos das mediações rurais quanto os do perímetro urbano tiveram as aulas canceladas durante alguns dias.

Os temporais também tiveram reflexo no distrito de São Joaquim, onde ruas foram inundadas e casas invadidas pela água. Em um período anterior, a cidade enfrentou 45 dias sem chuva, circunstância que abaixou o nível do Rio São Francisco.

Em meio a este contexto, a localidade de Francisco Sá visualiza uma situação de calamidade pública por conta da escassez de água desde janeiro. Com a redução do nível da barragem do Rio São Domingos – que abastece a cidade e está com pouco mais de 10% de sua capacidade -, o racionamento passou a fazer parte da rotina dos moradores.

Fonte: Com informações do site www.em.com.br

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