Construção sustentável: saiba como adotar o uso racional de água
Redução do consumo de água deve ser significativa para gerar pontuação no LEED
Na primeira matéria da série “Construções Sustentáveis”, foram apresentadas as maneiras de escolher (e tornar) um terreno sustentável. Agora, esta matéria revela a importância de adotar o uso racional da água, segunda categoria da certificação LEED.
Nessa categoria, três quesitos devem ser contemplados: o paisagismo de água eficiente, as tecnologias inovadoras para tratamento e destinação de águas residuárias (ou já utilizadas) e a própria redução no consumo de água. Esses critérios são adotados na concepção do projeto hidráulico em conjunto com o paisagístico.
A redução do consumo de água é também considerada um pré-requisito, sem o qual não é possível pleitear a certificação. Primeiro, é calculada uma estimativa quanto ao consumo de água, segundo o número de usuários potenciais do prédio. O objetivo passa a ser diminuir 20% desse consumo estimado. “Não há uma maneira específica de redução, pode ser por meio de torneiras, duchas e válvulas de menor vazão ou todo um sistema de reciclagem da água”, comenta a arquiteta e analista da Master Ambiental, Carolina Prates Mori.
A inclusão de tecnologias inovadoras para o tratamento e reaproveitamento de águas residuárias traz bons resultados para a construção sustentável. O tratamento da água da lavagem das mãos permite seu reuso nas descargas, por exemplo, e a instalação de válvulas com dois botões, um com menos água, gera pontuação – afinal, hoje se utiliza grande quantidade de água potável meramente para conduzir o esgoto. Essa redução deve atingir 50% para pontuar.
O critério de paisagismo de irrigação eficiente consiste em “irrigar com água da chuva através de sistemas de gotejamento ou plantar aquelas que não careçam de irrigação”, explica a arquiteta. Os sistemas que funcionam por gotejamento são mais eficientes do que os de aspersão, que acabam lançando gotículas no ar, em áreas de piso e paredes. O melhor, porém, é dar preferência às espécies nativas ou adaptadas, que, após o enraizamento, sobrevivem com as chuvas locais.
Entretanto, a redução do consumo de água deve ser significativa, pontuando somente quando é comprovada diminuição de 30, 35 ou 40%. Todos os outros quesitos (aproveitamento de água de chuva, paisagismo eficiente e reuso de águas residuárias) junto à adoção de equipamentos eficientes, incluindo torneiras de lavatório, chuveiros e pias de cozinha com sensores automáticos e aeradores, são sugestão da arquiteta.
Mais do que pontos na certificação LEED, essas opções resultam em menos impacto ao ambiente e aumento de qualidade de vida da população, componentes essenciais para a sustentabilidade.
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