Conheça os benefícios ambientais da manta de proteção de boca de lobo

Além de filtrar sedimentos e impedir que cheguem aos rios, a medida é simples e compõe requisito fundamental para a certificação LEED

proteção de boca de loboUma medida que no mínimo todas as grandes obras deveriam adotar para controle de erosão e sedimentação, ainda é pouco utilizada e acaba se tornando um diferencial: a manta de proteção de boca de lobo. Essa manta instalada no sistema de drenagem urbana protege a boca de lobo e consequentemente evita que diversos resíduos cheguem até os rios e córregos.

Essa proteção no sistema de drenagem reduz impactos ambientais causados comumente em construções, devido à movimentação de terras, por exemplo, como o entupimento das galerias, o acúmulo de sujeira nas vias e o assoreamento. A barreira dificulta a entrada de terra, brita, areia e outros materiais volumosos, que são carreados pela água da chuva pelas galerias pluviais até os rios das cidades.

passo-a-passo-manta-de-proteçãoO assoreamento, caracterizado pelo acúmulo de resíduos e terra no fundo dos corpos d’água, prejudica a vida aquática e a saúde do rio, além de diminuir sua capacidade de portar água, ocasionando transbordamentos e enchentes. A estrutura de madeira revestida com manta geotêxtil encaixada na boca de lobo dificulta a entrada de sedimentos nas galerias pluviais e prevenir a obstrução da rede de escoamento da cidade é uma ação que pode ser facilmente aplicada. É uma medida barata e com manutenção fácil, que pode ser feita durante a varrição da rua. Apesar de tantos benefícios, a prática ainda não é adotada na maior parte dos empreendimentos. Confira, ao lado, o passo a passo para montar uma proteção de boca de lobo.

Antes da proteção da boca de lobo, é importante que a terra do canteiro seja mantida no terreno, para evitar não só transporte de sedimentos até os cursos d’água como a sujeira nas vias públicas.

Outras práticas preventivas para evitar a saída de terra

A manta de proteção é o último recurso para evitar que sedimentos da obra atinjam as galerias. Caso os resíduos cheguem até ali, significa que outras ações não foram aplicadas. Nesse sentido, algumas práticas preventivas adotadas dentro da obra para evitar a saída de terra são: a concretagem ou a aplicação de uma camada de brita na área de tráfego de veículos; a lavagem das rodas dos veículos antes da saída do canteiro, a construção de muretas na face interna dos tapumes, o preparo de valas de infiltração no limite dos portões e a proteção dos taludes com manta geotêxtil, lona ou vegetação.

A Certificação LEED

Mesmo que a obra tenha um ótimo desempenho em outros aspectos, essas medidas são requisito mínimo para quem pretende obter a certificação LEED, com relação a um dos primeiros tópicos a ser avaliado no processo de certificação, o SS (Sustenaible Site), ou, traduzindo, terrenos sustentáveis.

Esse é um dos aspectos de sustentabilidade do padrão internacional que atribui pontos conforme critérios: terreno sustentável (SS), eficiência no uso da água (WE), energia e atmosfera (EA), materiais e recursos (MR), qualidade ambiental interna (IEQ), inovação e processos de projeto (ID) e créditos de prioridade regional (RP).

Para Caio Dalla Zanna, cientista ambiental e consultor da Master Ambiental, especialista em tratamento de efluentes, MBA em Gerenciamento de Projetos e Mestre em Engenharia de Edificações e Saneamento, esse tipo de controle traz benefícios para toda cidade. “Por isso a instalação das mantas deveriam ser responsabilidade de todos os empreendedores e a manutenção dos filtros deveria fazer parte da limpeza pública”, opina.

Ele ressalta que também existem soluções adequadas para outros locais que não em obras, como bueiros ecológicos construídos com grades para reter sedimentos maiores.

Consultoria Master Ambiental

Na empreitada da sustentabilidade, a Vectra Construtora contratou a consultoria da Master Ambiental para acompanhar o processo de busca pela certificação LEED para os empreendimentos Palhano Premium e Palhano Square Garden. Além de se atentar para a escolha de materiais com menor grau de impacto ao meio ambiente e o uso racional de água, nessas obras, como requisito fundamental, foram instaladas nas bocas de lobo as mantas protetoras, a fim de controlar a erosão e sedimentação dos Lagos Igapós, influenciados diretamente pelos empreendimentos, localizados na mesma bacia hidrográfica.

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