As CTRs vêm aí
A farra irresponsável do lixo tem prazo para acabar: agosto de 2014
Por Fernando de Barros
CTR é a sigla de Central de Tratamento de Resíduos, local moderno para onde devem ser encaminhados os resíduos produzidos por uma cidade. As Centrais de Tratamento de Resíduos vão substituir os lixões e os aterros sanitários, colocados à margem da lei pela nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
As CTRs poderão ser públicas, dos municípios, ou privadas, gerenciadas por particulares que vislumbraram a possibilidade de ganhar dinheiro tratando os resíduos que geramos em todas as nossas atividades. Nelas, os resíduos são recebidos e, em seguida, segregados em orgânicos, recicláveis e o ainda pouco conhecido rejeito.
Os resíduos orgânicos são aqueles que sofrem putrefação, ou seja, em que há a decomposição da matéria orgânica. Esse tipo de resíduo, que durante tanto tempo enterramos em lixões, poluindo o solo e o lençol freático, agora, por incrível que pareça, vai virar dinheiro através da compostagem, transformando-se em adubo orgânico que vale entre R$ 70 a R$ 100 a tonelada.
Os recicláveis vão retornar à cadeia produtiva. Plástico vai virar plástico novamente, assim como o papel, o vidro e os metais. Hoje, cerca de 70% da composição dos vergalhões da construção civil já são derivados de sucata que vai dos ferros velhos para as siderúrgicas.
O rejeito (papel higiênico, fraldas descartáveis, camisinha, absorvente feminino, guardanapo sujo) somente ele será depositado em vala impermeabilizada, já que ainda não há, no Brasil, tecnologia para ser reciclado. Mas fique atento: há cerca de um ano foi inaugurada na Inglaterra uma fábrica que recicla fraldas descartáveis do jeito que elas vierem, da forma como os bebês a preencheram. A tecnologia avança a cada dia, trazendo soluções para nossos problemas ambientais.
Os resíduos perigosos como tintas, solventes, produtos químicos, restos de telhas de fibrocimento, aqueles classificados pela NBR 10.004 como de classe I, serão recebidos pelas CTRs e enviados para aterros industriais. Felizmente, eles serão cada vez menos numerosos: com o advento da logística reversa, acabarão por retornar a seus fabricantes através da rede de comércio. Nesse caso enquadram-se pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e remédios vencidos, por exemplo.
É, o futuro chegou, e veremos dezenas e até centenas de CTRs espalhadas pelo Brasil. O prazo para acabar com a farra do lixo, da maneira irresponsável com que fazíamos e ainda fazemos, vence em agosto de 2014. A partir daí, segundo preconiza a PNRS, os prefeitos que não se adaptarem serão processados por improbidade administrativa.
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