Uma cidade onde todo mundo planta, todo mundo colhe, e todo mundo consegue ter uma alimentação saudável
Parece a descrição de uma cidade de filme, mas não é não. A história da cidade britânica de Todmordem começou a mudar em 2007, quando duas habitantes da cidade, Pam Warhurst e Mary Clear, perceberam que a importação e exportação de alimentos aumentava seus custos e ainda gerava danos ao meio ambiente. Foi assim que surgiu a ideia de plantar alimentos em terrenos não utilizados – e, com ela, o conceito do projeto “Incredible Edible” (algo como“Inacreditavelmente comestíveis”, em português).
O fluxo ideal para implementação da ideia seria pedir permissão para as autoridades do município de pouco mais de 15 mil habitantes para plantar nas terras não utilizadas. Mas isso significaria enfrentar a burocracia e, provavelmente, alguns anos de espera. Para evitar que o projeto ficasse apenas no plano das ideias, duas habitantes da cidade simplesmente começaram a plantar frutas, verduras e ervas em qualquer espaço que encontrassem, sem perguntar antes.
Com isso, Todmordem deu o primeiro passo para produzir seus próprios alimentos, abastecendo assim a comunidade local. No início, Pam conta que uma das tarefas mais difíceis foi fazer a população entender que aqueles alimentos eram gratuitos e poderiam ser colhidos por qualquer pessoa. Mesmo com uma plaquinha indicando isso próximo às plantações, ainda havia muita desconfiança, mas o tempo fez com que as pessoas entendessem a ideia e passassem a se engajar no movimento.
Assim, Todmordem foi tomada por diversos projetos que buscam propiciar alimentos produzidos localmente para a população. Qualquer habitante pode se tornar voluntário no projeto de Hortas Comunitárias ou nos Jardins de Ervas e qualquer pessoa que passa por ali pode consumir os alimentos plantados livremente, mesmo que não tenha colaborado com o cuidado da área.
Os benefícios são incontestáveis e vão muito além da alimentação: da economia e aumento no acesso aos produtos produzidos localmente a uma redução nos crimes de vandalismo ocorridos na cidade (confirmada pela própria polícia), passando pelo aumento nas vendas em negócios locais, já que as pessoas passaram a buscar cada vez mais comida produzida localmente. Isso sem falar em uma das principais preocupações de movimentos semelhantes: a diminuição no transporte de produtos, responsável pela emissão de grande quantidade de CO2 na atmosfera.
O projeto no futuro
A meta é atingir a autossuficiência alimentar até 2018, produzindo todos os alimentos necessários para abastecer a população localmente.
Para garantir a continuidade do projeto para as futuras gerações, todas as escolas locais possuem uma horta. No ensino médio, é utilizado o sistema de aquaponia, que permite a produção de frutas e vegetais concomitantemente com a criação de peixes. Projetos como “Cada Ovo Conta”, que informa onde estão os produtores locais e incentiva a população a criar galinhas também mostram seu potencial na cidade.
O projeto possui um site que permite que os moradores locais encontrem hortas, produtores de carnes, leites, ovos, ervas, etc., facilitando o acesso à informação. É lá também que os moradores encontram informações sobre como iniciar seu próprio plantio e ficam sabendo sobre grupos semelhantes em outras partes do mundo. Confira o site aqu
Fonte: hypeness.com.br
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