Florestas e morcegos
Eles nos dão medo e nojo, mas são importantes na formação das florestas
Por Fernando de Barros
Proteja as florestas. Ela protege você. Este é o lema, no Brasil, do Ano Internacional das Florestas. Além de chamar a atenção da sociedade para a questão da conservação ambiental, a iniciativa da ONU, que declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas, pretende colocar no centro do debate as pessoas que dependem das florestas para viver. A estimativa é que haja 1,6 bilhão de pessoas nessa situação em todo o mundo. No Brasil, várias comunidades têm na floresta sua fonte de subsistência – caso de quilombolas, ribeirinhos, indígenas e extrativistas.
Mas como as florestas são formadas? É impressionante como as plantas e animais cooperam para a formação das florestas. Por exemplo, as plantas produzem flores cheirosas e belas para atrair as abelhas e borboletas. Estes agradecem o alimento recebido levando o pólen para outras flores que vão se transformar em novos frutos.
Outro exemplo de cooperação: as árvores oferecem frutos coloridos e saborosos para as aves e alguns mamíferos. Estes animais devolvem o que receberam semeando novas plantas, quando defecam, durante o vôo ou quando estão descansando em outro local. É a forma de dispersão zoocórica de formação de florestas, através dos animais. As outras duas são a anemocórica (através do vento) e a autocórica (as sementes caem por gravidade diretamente no solo).
E o morcego? Animal que nos passa uma sensação de medo e nojo, tem papel extraordinário na formação das florestas, tanto que o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) elegeu 2011-2112 como o Ano Internacional do Morcego. A idéia é promover a conservação de mais de 1.230 espécies conhecidas, alem de incentivar a pesquisa e a educação ambiental.
Com cerca de 170 espécies descritas, o Brasil ocupa o segundo lugar em riqueza de espécies, atrás da Colômbia. Mas os morcegos brasileiros ainda são pouco conhecidos pela ciência. Menos de 10% da área do País foi estudada para morcegos e 60% dela não têm registros científicos de espécies. Os morcegos estão presentes na Terra há pelo menos 50 milhões de anos, em todos os continentes. A menor espécie, restrita à Tailândia, pesa pouco mais de 3 gramas e é um dos menores mamíferos. A maior, encontrada na Indonésia, pode ultrapassar 1,5 kg e 1,7 metro de envergadura.
A grande diversidade aumenta sua importância ecológica, pois eles interagem com milhares de espécies animais e vegetais. Morcegos são importantes polinizadores de flores, dispersores de sementes e predadores de pragas.
Há espécies capazes de dispersar 60 mil sementes em uma noite.
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