O tamanho do prejuízo com a Degradação global

Degradação global consome todos os anos três vezes o PIB brasileiro. É estarrecedor

por Fernando de Barros

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente um relatório que é um autêntico tapa na cara de quem pensa o meio ambiente apenas com cifrões nos olhos e nem um pingo de consciência ambiental. O custo global com o desmatamento e a perda da biodiversidade alcança, todo ano, astronômicos US$ 4,5 trilhões ou algo em torno de R$ 9 trilhões. Para efeito de comparação, esse valor é maior que o prejuízo provocado pela crise financeira mundial do ano passado. E é três vezes o nosso Produto Interno Bruto (PIB), que em 2009 foi equivalente a R$ 3,140 trilhões. Ou seja: a degradação ambiental consome por ano o mesmo que três economias brasileiras produzem no mesmo período.

É ou não é estarrecedor?

Batizado de Terceiro Panorama Global de Biodiversidade, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) cita alguns exemplos de como a situação anda feia – e de como determinada situação deve ser enfrentada. No Vietnã, a plantação e proteção de 12 mil hectares de mangues custaram US$ 1 milhão, porém trouxeram economia de US$ 7 milhões em gastos anuais com manutenção de diques.

A China, cuja economia cresce a níveis assustadores, permitiu a destruição de florestas, por mais de 40 anos, para obtenção de madeira destinada à construção civil e à indústria moveleira. O país resolveu banir o desmatamento em 17 de suas províncias após constatar graves problemas de desertificação. O histórico Rio Amarelo praticamente morreu. Ocorreram enchentes devastadoras, como a de 1998, que causou danos de bilhões de dólares.

O estudo aponta que 42% das espécies de anfíbios e 40% das de aves têm população em declínio. A população de espécies de vertebrados caiu 31% globalmente entre 1970 e 2006, em média. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revela que, em uma amostra de 57 países, foram achadas mais de 542 espécies invasoras com algum impacto para a biodiversidade – média de 50 por país. “Muitas economias continuam cegas para o enorme valor e papel da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida num ecossistema saudável e funcional de florestas e água para solos, oceanos e a atmosfera”, afirmou Achim Steiner, diretor executivo do Pnuma.

O trabalho da ONU demonstra, cada vez mais, que todos nós temos responsabilidade pelos destinos do planeta e que precisamos começar a agir ou intensificar ações locais para que haja resultados globais. Em Londrina, por exemplo, convênio entre a prefeitura e o Instituto Ecometrópole, assinado nessa quinta-feira, dá impulso importante a uma gestão ambiental compartilhada entre todos os atores sociais. Que não fique só no papel!

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