Você conhece as árvores da sua região?
Você já parou para pensar em quantas árvores existem na sua cidade? Ou há quanto tempo estão naquela calçada? Geralmente, quando perguntas como essas são feitas, a rotina agitada é o primeiro pretexto. Ainda assim, até os mais desatentos já devem ter notado como esses patrimônios naturais têm desaparecido, gradualmente, para dar espaço à urbanização desenfreada e sem planejamento.
Em São Paulo, o ambientalista e botânico Ricardo Henrique Cardim, apaixonado por árvores e atento ao problema, lançou um desafio a si mesmo: identificar as espécies mais antigas da cidade. Durante quatro anos, ele listou as vinte árvores nativas da região a partir da consulta de registros fotográficos e da própria população vizinha aos antigos exemplares.
O mapeamento resultou em um site com informações de todas as espécies encontradas, além de tópicos sobre a preservação das árvores. Além de fomentar o conhecimento sobre as árvores, promove a preservação da história cultural e ambiental da cidade. Em entrevista ao programa Cidades e Soluções, exibido em setembro, o ambientalista lembra que “meio ambiente também é cidade”.
Além dessa proposta, o programa apresentou uma série de casos ligados, de alguma maneira, à preservação da flora nacional. Para elaborar o inventário florestal em Belo Horizonte, foram cadastradas 450 mil espécies em toda cidade, número acima do previsto.
Durante o diagnóstico, foram coletadas informações como a identificação e a posição geográfica da árvore, os danos que ela provocou em seu entorno e o estado fitossanitário. Os dados irão basear a criação de planos de manejo adequados para cada tipo catalogado junto ao órgão da prefeitura responsável pelo monitoramento da espécie.
Mas não só na cidade as árvores precisam ser conhecidas para serem preservadas – tendo em vista o grande desmatamento ocorrido na maior parte dos biomas brasileiros. Uma ferramenta importante é o chamado inventário florestal, um levantamento detalhado para quantificar e qualificar as espécies vegetais.
Assim, o Inventário Florestal Nacional, levantamento inédito para conhecer o tamanho e a qualidade das árvores no Brasil, traçará um diagnóstico tão importante para o futuro das espécies arbóreas nacionais. A partir do estudo, pesquisadores esperam mensurar, por exemplo, o estoque nacional florestal, a biomassa contida nessas florestas (ou quantidade de carbono) e o valor que o brasileiro dá ao território verde em crescente ameaça.
Para isso, 22 mil pontos instalados pelo Brasil serão analisados, o que corresponde a um investimento de R$ 150, 00 milhões. No Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Ceará, o inventário ainda está em andamento. Em Santa Catarina, por sua vez, o estudo já foi concluído com a coleta de mais de 30 mil amostras férteis. A meta do Ministério do Meio Ambiente é que todos os estados entreguem os inventários até 2019.
Conhecer as árvores é um importante passo para evitar que continuem desaparecendo do cotidiano urbano e rural, levando consigo a qualidade do ar, sombra e frescor, dentre tantos serviços ambientais prestados pelas florestas, como a conservação da biodiversidade, do solo e dos recursos hídricos.
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