Manejo inadequado contribui para queda de árvores

Manejo inadequado contribui para queda de árvoresNa primeira quinzena de janeiro, a cidade de São Paulo registrou, conforme balanço da prefeitura, mais de 750 quedas de árvores. Somados às tempestades de verão, o plantio inadequado e a poda irregular fragilizam as espécies, que acabam apodrecendo e caindo.

Especializado em arborização urbana, o biólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), Sérgio Brazolin, explica que a maioria das árvores tinha entre 60 e 70 anos e foi plantada sem planejamento. “Elas foram colocadas em condições inadequadas, como em calçadas estreitas, o que hoje não se pratica mais”, resume.

Quanto maior o porte da espécie, mais espaço é necessário para que um sistema de raízes reforçado se desenvolva. Tal condição é impedida pela presença de calçadas estreitas, já que a árvore não cresce para o sentido da rua. A poda das raízes para evitar a danificação de calçadas também pode fragilizar as árvores.

“Isso é como contar o seu pé: a árvore perde a sustentação. Daí, num vento forte, que nem precisa ser tão forte, ela cai. Imagina uma copa de árvore podada só de um lado – todo o peso é jogado para o outro. Hoje existem manuais de boas práticas para podas, que têm de ser seguidas pela prefeitura e pela companhia de energia elétrica”, esclarece Brazolin.

Tronco oco

Outra situação que resulta na queda de árvores é o apodrecimento do tronco, principalmente na base, o que por fora pode ser imperceptível para maioria das pessoas. Conforme Brazolin, em períodos chuvosos, o solo encharcado e o aumento do peso da árvore em razão da água acumulada na copa aumentam as possibilidades dela cair.

“Em dias de ventos muito fortes, essas árvores fragilizadas, principalmente porque estão apodrecidas internamente, atacadas por cupins ou fungos, rompem na parte fragilizada”. No caso da queda de uma árvore sadia, por exemplo, não há o rompimento pontual, já que ela tomba levando toda raiz.

Calçada verde

Uma das soluções para evitar esse problema é a calçada verde, constituída, em parte, por grama, o que permite o desenvolvimento da árvore. O especialista ainda informou que a prefeitura é responsável por fazer diagnósticos e realizar a remoção ou poda para evitar tombamentos.

“Esse manejo tem que ser planejado por muitos anos e é um trabalho contínuo. Existe informações que já permitem você eliminar árvores, que a gente chama de evidência objetiva de problema”, declarou Sérgio.

Trabalho contínuo

Em nota, a secretaria de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo disse realizar um trabalho contínuo de manejo em toda a cidade. “Sistematicamente, os engenheiros agrônomos realizam uma avaliação técnica para diagnosticar as condições fitossanitárias de cada árvore. Havendo a necessidade de poda, a autorização é feita pela respectiva Subprefeitura e o manejo é programado”. No caso de retirada, uma nova muda é plantada no prazo de 30 dias.

“Em 2014, foram realizadas mais de 100 mil podas, 14 mil remoções e aproximadamente 11 mil substituições com árvores novas, em atendimento a 66 mil solicitações registradas pelo Sistema de Atendimento ao Cidadão, 156, ou praças de atendimento”, completa a nota. A orientação é que a população solicite o manejo de árvores pelo telefone 156, pelo sitesac.prefeitura.sp.gov.br ou pessoalmente na subprefeitura da região.

Fonte: Com informações da Agência Brasil e do Portal Ecodesenvolvimento

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