Engenheiro paulista cria máquina que produz água a partir do ar
Se a água é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, para produzi-la bastaria unir os três elementos, certo? Ainda que as leis da natureza não funcionem bem assim, o engenheiro mecatrônico, Pedro Ricardo Paulino, abusou da criatividade ao desenvolver uma máquina que produz água a partir do ar. Morador de Valinhos, localizada a 85 Km de São Paulo, ele concebeu a inovação em meio a maior crise hídrica da história.
Por mais disseminada que seja a ideia de que a água é um bem precioso, os tempos de crise evidenciam ainda mais o tema, que tem preocupado o governo paulista nos últimos meses. Diante disso, a Waterair, patenteada em 2010 por Paulino, tem sido um sucesso na região. Para funcionar, o sistema captura o ar ambiente, condensando as moléculas de água, que passam por um filtro de purificação e por tratamento com raio ultravioleta.
A água resultante é tão pura que, inicialmente, foi usada para tratamentos de hemodiálise. Para ser consumida, no entanto, ela passa por um segundo filtro, que adiciona os sais minerais necessários. Vale citar que, para não deixar o ar do ambiente completamente seco, a máquina para de funcionar quando detecta a umidade em menos de 10%. Para dimensionar a importância deste atributo, basta lembrar que, o dia mais seco de São Paulo este ano, registrou o nível de 19%.
O funcionamento da máquina é semelhante ao dos tradicionais aparelhos de ar-condicionado. Contudo, estes produzem água com metais pesados e bactérias, eliminadas no processo de purificação da Waterair.
Assim, para ter água em casa, tudo o que você precisa é de ar e de uma tomada. Conforme explica o engenheiro, o gasto de energia elétrica para produzir mil litros de água na Waterair é de R$170 – a Sabesp distribui a mesma quantidade de água por R$7,25. Embora não se trate de uma alternativa completamente barata ou ideal, devido ao gasto energético, a inovação é, de fato, uma boa opção para quem precisa de água potável.
Construída a partir de peças importadas e ainda com pouca demanda de produção, a Waterair possui um custo elevado. “Tudo é encomendado e praticamente não existe nada feito em linha de produção”, acrescenta Paulino. Assim, uma máquina que produz 30 litros de água por dia sai por R$7 mil, enquanto o maior modelo, que faz até cinco mil litros por dia, custa R$350 mil.
Para o inventor, o aparelho pode ser uma das soluções para a crise. “Máquinas como essa em escala gigante e a dessalinização da água do mar são opções para o futuro de São Paulo”, conclui.
Com informações da Folha de São Paulo e do portal hypeness.com.br
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